segunda-feira, 14 de março de 2011

Os dias de cão terminaram


As vezes os problemas estão só na sua cabeça, mesmo! Parece clichê né, mas é verdade, eu estava mal, realmente mal, esperando por alguém que eu sabia que não ia voltar, esperando uma ligação, que na minha fértil imaginação mudaria a minha vida, mas sabe, ninguém me ligou, ninguém bateu na minha porta e me tirou da clausura, ninguém me salvou de mim mesma, e eu realmente precisava ser salva. Então, pra honrar a bela covarde que sou, eu fugi, não fui pra longe nem nada, fui ali, logo ali, praquela cidade que me irrita tanto, onde eu tenho tantas lembranças boas e ruins, eu fugi, eu fugi das brigas infernais, dos meus amigos, dos dias de cão que finalmente chegaram ao fim. Acho que precisei fugir pra enterrar as coisas que eu vinha carregando dentro de mim. Eu cavei um buraco tão fundo, e enterrei as lembranças lá, como se fossem provas de um crime hediondo. E eu não contei quantos passos tenho que dar pra poder chegar naquele cemitério de recordações, eu quis te enterrar, te enterrar pra sempre. Eu não só quis, como eu o fiz.
E eu descobri que eu posso ser feliz por mim mesma, a felicidade me atingiu como uma bala na cabeça, e eu to sangrando alegria agora, e você não tem o direito de tirar isso de mim, você me roubou muita coisa já, tirou de mim muitos sorrisos, mas me arrancou mais lágrimas do que qualquer coisa, eu não quero essas suas mentiras mais, eu cansei dessa diversão e miséria que você me oferece, dessa relação com prazo de validade, de amar com medo que o prazo expire. Eu quero tudo novo, e quero tudo de novo. Não tô dizendo de maneira alguma que não valeu a pena e que as coisas não foram bonitas, mas acho que já deu né, acho que é hora de você me libertar. Por isso eu esvazio minha caixa de recordações, estufo o peito e mergulho num mar desconhecido em busca de novas lembranças.

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