quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Incêndio


Eu não queria ter saído da cama hoje, porque assim que eu abri os olhos na escuridão do quarto eu lembrei que a exatamente três anos você me roubou um beijo numa sala escura e que desde então eu não consigo deixar de te amar.

É tudo muito estranho e confuso quando se trata de você, e eu perco o controle facilmente, é como se você causasse algum tipo de efeito sobre mim, que me anestesia, me entorpece, me hipnotiza, é como se eu fosse uma marionete em suas mãos. Essa semana foi realmente difícil pra mim, talvez o peso desses três anos tenha me deixado meio retraída, meio presa, e meio calada (o que você sabe que é difícil de conseguir). Nenhum rosto, a não ser o seu tomou conta dos meus pensamentos, nenhum outro nome saiu da minha boca, mas hoje, mas do que nunca eu me cansei, eu realmente cansei desse nosso amor de caixinha de fósforos. Sabe como é né? A gente tira um fósforo quando ta precisando, risca, e aquela pequena chama explode e se consome em segundos, tudo muito rápido, muito intenso, muito ardente, e se apaga da mesma maneira que começou. As pontas dos meus dedos estão queimadas de tanto tentar fazer com que a chama dure mais que alguns momentos, e confesso, tenho medo dos fósforos acabarem, porque é SÓ isso que a gente tem, uma caixa de fósforos. Mas eu quero mais, eu quero que alguém coloque fogo numa floresta por mim, que esse fogo queime por muito tempo, eu quero entrar no meio das chamar e arder com todo o resto, eu não quero paz e sossego, eu quero tumulto, quero estrago, eu não quero uma chama, eu quero um incêndio.

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