quarta-feira, 30 de março de 2011

Nada mais me entristece agora que eu encontrei você


No dia do meu aniversário uma grande amiga me disse duas palavras que mudaram o meu modo de ver algumas coisas: SE PERMITA!
E sabe, no começo foi meio difícil me permitir, eu tava ligada de algum modo a coisas antigas, que já não me faziam bem, estava ligada a um passado que sugava minhas energias e me deixava pra baixo. Enfim, não sei explicar, mas alguma coisa mudou, alguma coisa dentro de mim me disse pra por as coisas ruins e velhas de lado e olhar pra frente, só pra frente.
Sabe, é bem difícil se permitir, mas eu tava decidida, e quando eu ponho uma coisa na cabeça... Bom, eu decidi deixar de lado a opinião de terceiros, os julgamentos e pré-conceitos decidi arriscar, decidi viver, e quando tudo vai indo bem mais coisas boas vão se achegando, foi ai que apareceu você, que viveu tanto tempo 'perto' de mim e sempre passou despercebido pelos meus olhos hipnotizados pelo ontem.
Você apareceu do nada, cheio de simpatia e com esse sorriso gigante que me deixa mole. E quer saber, foi a melhor coisa que me aconteceu nesses últimos tempos. Eu não sei dar nome pra esse sentimento, só sei que eu gosto muito de sentir isso, a todo momento me pego pensando ou falando de você, hoje mesmo escrevi seu nome no meu caderno, a toa.
Sabe as coisinhas simples? São as que mais fazem diferença, como quando você carregou minha mochila de 50 kg pelo centro da cidade, ou quando juntou suas moedinhas e me comprou uma garrafa de água, além dos torpedos de bom dia e boa noite cujos quais eu já não consigo ficar sem.
Sinto sua falta nos dias que a gente não se vê, e fico numa ânsia pra sexta-feira chegar logo. E por algum motivo desconhecido eu já não consigo mais ouvir 'Light my fire' sem lembrar de você!
Eu sei que é tudo meio precoce, tudo muito recente, mas não consigo esconder que eu estou apaixonada e que você tá me fazendo um bem incrível.
Já tá tarde e eu vou dormir porque amanhã já é sexta feira e sabe, sexta é nosso dia, e eu não vejo a hora de poder sentir seu cheiro de novo. Eu só espero que pela manhã eu não acorde caindo do beliche e descubra que tudo não passou de um sonho.

PS: Desculpa por ser chata pra caralho!

segunda-feira, 14 de março de 2011

Os dias de cão terminaram


As vezes os problemas estão só na sua cabeça, mesmo! Parece clichê né, mas é verdade, eu estava mal, realmente mal, esperando por alguém que eu sabia que não ia voltar, esperando uma ligação, que na minha fértil imaginação mudaria a minha vida, mas sabe, ninguém me ligou, ninguém bateu na minha porta e me tirou da clausura, ninguém me salvou de mim mesma, e eu realmente precisava ser salva. Então, pra honrar a bela covarde que sou, eu fugi, não fui pra longe nem nada, fui ali, logo ali, praquela cidade que me irrita tanto, onde eu tenho tantas lembranças boas e ruins, eu fugi, eu fugi das brigas infernais, dos meus amigos, dos dias de cão que finalmente chegaram ao fim. Acho que precisei fugir pra enterrar as coisas que eu vinha carregando dentro de mim. Eu cavei um buraco tão fundo, e enterrei as lembranças lá, como se fossem provas de um crime hediondo. E eu não contei quantos passos tenho que dar pra poder chegar naquele cemitério de recordações, eu quis te enterrar, te enterrar pra sempre. Eu não só quis, como eu o fiz.
E eu descobri que eu posso ser feliz por mim mesma, a felicidade me atingiu como uma bala na cabeça, e eu to sangrando alegria agora, e você não tem o direito de tirar isso de mim, você me roubou muita coisa já, tirou de mim muitos sorrisos, mas me arrancou mais lágrimas do que qualquer coisa, eu não quero essas suas mentiras mais, eu cansei dessa diversão e miséria que você me oferece, dessa relação com prazo de validade, de amar com medo que o prazo expire. Eu quero tudo novo, e quero tudo de novo. Não tô dizendo de maneira alguma que não valeu a pena e que as coisas não foram bonitas, mas acho que já deu né, acho que é hora de você me libertar. Por isso eu esvazio minha caixa de recordações, estufo o peito e mergulho num mar desconhecido em busca de novas lembranças.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Grande

De repente foi como se tudo tivesse ficado pequeno, como se tudo tivesse diminuído rapidamente, e quando eu dei por mim tudo ao meu redor, as paredes, os móveis, minhas roupas, as pessoas, tudo ficou pequeno e abafado.

E eu me senti grande demais pra permanecer onde estava como a Alice na casa do coelho. Mas não é um grande pretensioso, como se eu tivesse crescido e todos tivessem permanecido na mesma pequenez, longe de mim tamanha presunçao. Não me senti grandiosa, e sim grande, desajeitada, torta, inadequada.

As pessoas ficaram pequenas, minha casa ficou pequena, a cidade ficou pequena, não vejo mais espaço pra mim, as coisas mudaram e eu permaneci no mesmo lugar, deslocada, desestruturada, desorientada. Tenho medo de me mover, e quebrar alguma coisa, tenho medo de tentar correr e pisar em algo.

Eu to numa encruzilhada, num beco sem saída, não sei pra onde vou, não sei sequer se consigo ir, falta-me coragem. Queria eu ter um bolinho que me fizesse voltar a ser quem eu era, que me fizesse voltar a ter o tamanho normal. Queria que meu gigantismo fosse só uma metáfora, queria acordar embaixo de uma árvore do lado da minha gatinha, e descobrir que tudo não passou de um sonho.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Eu sou quase nada, tô sempre aqui, sempre falando o óbvio e nunca dizendo coisas geniais, tô aqui, sem fazer nada, esperando o tempo passar, esperando alguma coisa importar. Tô tentando crescer e ser adulta, mas não sei se vou ter muito sucesso nisso, eu tô tomando decisões sem ter a mínima idéia do que eu tô fazendo. Tem como alguém me levar a sério?

Eu sou um pouco chata e implicante, às vezes deprimida, não sou brilhante e nem irritantemente bonita.Eu perdoo erros. eu peço desculpas e tento ser gentil. Enfim, queria saber por que os homens têm tanto medo de mim? Porque depois de mim eles sempre escolhem alguém que não sabe escrever direito? Todos os dias eu me pergunto. Quantas vezes ainda eu vou ter que dizer adeus?

sexta-feira, 4 de março de 2011

Como sempre


Como de costume você reapareceu do nada, e balançou toda uma infra-estrutura segura que eu tinha feito pra me proteger, balançou tanto que tudo desabou, disse ainda que iria me amparar e me salvar dos destroços e que nunca mais iria me deixar sozinha. Mas fugiu, me deixou ferida e soterrada nos nossos pedaços.
Essa semana foi dura, e como sempre, você não estava aqui. E hoje, mas que qualquer dia, eu queria te ligar, eu queria ouvir sua voz e poder chorar um pouco no seu ombro, sinto falta da insegura segurança que você me passa. Mas sem falsas promessas e ilusões a vida não teria graça, ou teria? Afinal, qual a graça de brincar com o sentimento de alguém, o quão divertido é ferir um coração que já nem tem mais espaço pra sequer um mísero corte. E mesmo sabendo disso, sabendo que não tem mas espaço pra dor dentro de mim, você insiste em fazê-lo. Mente, finge, atua, engana. E eu tola, como sempre acredito, caio no seu conto do vigário, do rapaz arrependido e mal interpretado pela sociedade, escuto seus problemas, te dou conselhos, e esqueço todo aquele bombardeio de ressentimentos todo aquele acumulo de mágoas e me entrego a você, pensando que dessa vez pode ser diferente. Eu sempre me esqueço que eu tô lidando com você, e que quando se trata da sua pessoa, é difícil, ou melhor, impossível que ocorra alguma mudança, uma mudança mínima sequer. O seu prazer e auto satisfação vem sempre em primeiro lugar.
É tudo muito complicado, porque quando se trata de você, eu nem ao menos sei explicar o que eu sinto, não adianta, as palavras não saem, as palavras me traem. Porque eu sei que longe da minha imaginação você é um cara bem meia boca. E que de príncipe encantado não passa nem perto. Mas como convencer metade do meu ser a pensar dessa maneira? Porque dentro de mim é um combate, metade te quer, metade te repudia.
Eu não me reconheço mais, jogada pelos cantos, sempre com alguma desculpa pra justificar os olhos marejados, mas não posso te culpar por isso, fui eu quem deixei você voltar pra minha vida, fui eu quem permitiu que você me usasse, então agora, nada mais justo do que eu, pra arcar com as consequências.
Todo dia eu repito isso, mas eu cansei, de verdade, faz anos que eu estou cansada dessa brincadeira de gato e rato que nós jogamos. Faz anos que eu tento colocar um ponto final... Mas eu não consigo. Esses dias cinzentos e chuvosos só vêem pra foder ainda mais. Que seja! Vou deixar pra lá, talvez não valha a pena, e as coisas talvez tenham que ser assim, pra que eu consiga perceber, e pra que eu deixe de acreditar em tudo que me dizem, eu sou assim, uma sonhadora mesmo, me iludo com minhas próprias histórias.
Mas chega, chega de melancolia e dor, chega de lágrimas e mentiras. Que se dane a chuva lá fora, que se foda o vazio aqui dentro. Mesmo que a gente se perca, não importa, vou transformar o passado em algo bom, e fazer com que venha a mim o futuro. Conformai-me-ei que eu to sozinha, to perdida, e não mais esperarei por um herói pra me resgatar. Chegou a hora de fazer por mim, só por mim e por mais ninguém.