quarta-feira, 6 de outubro de 2010


Ela sempre fora sozinha, carente, complexada com o peso, as espinhas, o cabelo, mais era vaidosa, uma consumista nata. Não era rica, tão pouco pobre, morava com a mãe e a avó, saia de fim de semana com os supostos amigos, cantava, dançava, bebia, vomitava. Na hora de dormir, um vazio terrível tomava conta do seu ser, e ela nem sabia porque.
Ele não era bonito, mais também não era feio, magro, branco, cabelo cacheado, morava com a mãe numa cidade pequena, abandonara a escola e trabalhava de sol a sol. Era egocêntrico, convencido, garanhão, desvirginou dezenas de garotas, e fez amor com outras dezenas, nos fins de semana saia com os amigos, cantava, dançava, bebia, beijava, e na hora de dormir, dormia.
Se conheceram ocasionalmente, amigos em comum, pra ela talvez a pessoa que fosse trazer cor pros seus dias, pra ele, mais uma conquista. Semanas passaram e a intimidade entre eles aumentou, conversas, ligações, e um pedido de namoro. Ela se entregou, de corpo e alma, ele apenas de corpo.
Ela era obsessiva, ciumenta, neurótica.
Ele era desprezível, maldoso, insensivel.
Uma noite, depois do amor, ele não a quis mais, disse não sentir o mesmo, na mesma intensidade, ela insistiu, ele negou, ela chorou, ele também.
Ela foi pra casa, chorou semanas, dormiu semanas, não dormiu semanas, comeu muito, não comeu nada, se descabelou, bebeu, vomitou, mudou o visual, emagreceu, engordou.
Ele foi pra casa, chorou minutos, dormiu horas, pegou o celular, e telefonou pras antigas conquistas, superou.
Eles conversam, ela chorou, disse estar com gripe, ele deu uma desculpa e desligou.
Ela chora, escreve, chora, lamenta, chora, e sente falta.
Ele, bom, ele...



Se tu quiser que eu te leve, eu aprendo a dirigir.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Pra ser honesto, só um pouquinho infeliz.


Eu to tão cansada desse joguinho, tão cansada das suas palhaçadas, cansada de ter que dividir o que eu quero só pra mim. Eu to exausta, eu lutei muito pra chegar onde eu cheguei pra deixar você me derrubar, mais eu já to ficando sem forças.
Até que ponto vale a pena se importar sem que se importem? Você já ganhou uma batalha e tá quase ganhando a guerra, e eu to de mãos atadas sem poder fazer nada, já que quem deveria tomar uma atitude não o faz.
Sinceramente, eu cansei. Bandeiras brancas. Retire seu prêmio.