
No dia do meu aniversário uma grande amiga me disse duas palavras que mudaram o meu modo de ver algumas coisas: SE PERMITA!
Escrever é fácil, começa com letra maiúscula e termina com ponto final.
De repente foi como se tudo tivesse ficado pequeno, como se tudo tivesse diminuído rapidamente, e quando eu dei por mim tudo ao meu redor, as paredes, os móveis, minhas roupas, as pessoas, tudo ficou pequeno e abafado.
E eu me senti grande demais pra permanecer onde estava como a Alice na casa do coelho. Mas não é um grande pretensioso, como se eu tivesse crescido e todos tivessem permanecido na mesma pequenez, longe de mim tamanha presunçao. Não me senti grandiosa, e sim grande, desajeitada, torta, inadequada.
As pessoas ficaram pequenas, minha casa ficou pequena, a cidade ficou pequena, não vejo mais espaço pra mim, as coisas mudaram e eu permaneci no mesmo lugar, deslocada, desestruturada, desorientada. Tenho medo de me mover, e quebrar alguma coisa, tenho medo de tentar correr e pisar em algo.
Eu to numa encruzilhada, num beco sem saída, não sei pra onde vou, não sei sequer se consigo ir, falta-me coragem. Queria eu ter um bolinho que me fizesse voltar a ser quem eu era, que me fizesse voltar a ter o tamanho normal. Queria que meu gigantismo fosse só uma metáfora, queria acordar embaixo de uma árvore do lado da minha gatinha, e descobrir que tudo não passou de um sonho.
Eu sou quase nada, tô sempre aqui, sempre falando o óbvio e nunca dizendo coisas geniais, tô aqui, sem fazer nada, esperando o tempo passar, esperando alguma coisa importar. Tô tentando crescer e ser adulta, mas não sei se vou ter muito sucesso nisso, eu tô tomando decisões sem ter a mínima idéia do que eu tô fazendo. Tem como alguém me levar a sério?
Eu sou um pouco chata e implicante, às vezes deprimida, não sou brilhante e nem irritantemente bonita.Eu perdoo erros. eu peço desculpas e tento ser gentil. Enfim, queria saber por que os homens têm tanto medo de mim? Porque depois de mim eles sempre escolhem alguém que não sabe escrever direito? Todos os dias eu me pergunto. Quantas vezes ainda eu vou ter que dizer adeus?