quarta-feira, 20 de abril de 2011

O céu pode estar azul eu não ligo, sem você é só perda de tempo


O dia tava cinza, e as varias nuvens faziam o céu ficar assustador, porém batia uma brisa morna que não combinava com o temporal se formando atrás dos prédios.

Era uma praça bonita, e você estava com seu irmão debaixo de uma árvore, bebendo alguma coisa, eu passei por você e não te encarei, com medo da sua reação, mas você me surpreendeu correndo atrás de mim, me segurando pelo braço e dizendo que queria conversar. Nós saímos andando pela avenida que começara a ficar molhada. Em segundos estávamos encharcados andando na chuva de mãos dadas do mesmo modo e com a mesma inocência de anos atrás. Nós fizemos as pazes sem ao menos falar uma palavra, e tudo estava bem, e nós tínhamos aquela idade e aquela cabecinha de que o mundo era feito pra nós. Podia estar chovendo ou o céu podia estar azul, que não importava, os dedos entrelaçados eram mais importantes que qualquer tempestade. E você me dizia que queria ter tido uma bicicleta pra poder pedalar até minha casa, pra eu poder dizer que ainda era sua, e que queria ter asas e sobrevoar meu telhado pra tapar meu sol, para que eu percebesse que sem ti não tem ninguém pra me aquecer.

Eu sentia as gotas geladas caindo na minha pele, mas não sentia frio, nós nos abrigamos embaixo de uma marquise e você me abraçou e seu peito estava quente e aconchegante, Você sussurrou no meu ouvido um pedaço da nossa musica e disse que sentia falta de mim cobrando um pouco de colchão.

Anoiteceu e nós estávamos num lugar quente, e familiar, com paredes rabiscadas e uma cama bagunçada, você se aproximou e desfez a casa que casava com o botão da minha blusa molhada, costurou um sorriso na minha boca e encheu meu peito com alguma coisa cuja qual eu já havia sentido, mais não me lembrava o que era. Nos deitamos nos lençóis estampados prontos para dormir e você me perguntou “Em que sonho eu te encontro?”

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